Principais avenidas mostram como Salvador perdeu áreas verdes para construções, avalia ambientalista; confira antes e depois

  • 05/06/2024
(Foto: Reprodução)
Coordenador do Meio Ambiente da Ufba aponta impacto da supressão da vegetação na cidade. Qualidade de vida é prejudicada. Av. Juracy Magalhães, em Salvador, em meio à implantação do BRT Cedoc/TV Bahia "Salvador vem perdendo área verde gradativamente". A avaliação compartilhada por ambientalistas é do professor do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e coordenador do Meio Ambiente da Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sumai-Ufba), Antonio Lobo. 📱 NOTÍCIAS: faça parte do canal do g1BA no WhatsApp De acordo com ele, a capital baiana segue na direção contrária de cidades do Nordeste como Sergipe e Maceió, que têm conseguido até mesmo ampliar a vegetação. Em Salvador, empreendimentos privados construídos de forma inadequada e estratégias para o avanço da mobilidade adotadas pelo poder público estão entre as causas da supressão indevida de áreas verdes. "Um dos motivos é a ocupação de áreas da cidade, seja através de obras do poder público, da prefeitura, do governo do estado", aponta o professor, antes de elencar alguns exemplos em entrevista ao g1. "A ocupação de parte do canteiro verde da Paralela para a implantação do metrô, a ocupação de parte do canteiro verde em algumas avenidas, como a Vasco da Gama, para a implantação do BRT, que é a obra mais recente. Com a construção de viadutos, que não é o tipo de obra mais indicada nas cidades mais avançadas, mais desenvolvidas". Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, relembre como eram e como ficaram as avenidas Luís Viana (Paralela) e Juracy Magalhães (que abriga uma estação do BRT) antes e depois das obras de transporte: Av. Juracy Magalhães - antes e depois da implantação do BRT (deslize para ver a diferença) Initial plugin text Av. Paralela - pré-implantação do metrô: Av. Paralela, em Salvador, antes das obras do metro Cedoc/TV Bahia Av. Paralela - pós implantação do metrô: Av. Paralela, na região do Imbuí, em Salvador Reprodução/CCR Metrô Alternativas para o desenvolvimento sustentável Procurado pelo portal, o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia, Tiago Brasileiro, concorda que há outras formas de pensar o desenvolvimento da cidade com menor impacto ambiental. Segundo ele, atualmente "há várias técnicas, materiais e concepções de infraestrutura urbana que visam simular o funcionamento dos elementos naturais". Brasileiro listou algumas questões a serem consideradas no planejamento urbano: Promover arborização e recomposição da vegetação natural em áreas ambientalmente sensíveis (margens de rios e lagoas, praias, dunas, manguezais, encostas, etc.), especialmente para minimizar enchentes, deslizamentos e outros impactos decorrentes de eventos climáticos extremos, cada vez mais frequentes; Priorizar estruturas de drenagem e macrodrenagem, que possibilitem um escoamento mais difuso e bem distribuído no território, como jardins de chuva, bacias de retenção e valas de infiltração, evitando que as águas pluviais se acumulem rapidamente nas áreas mais baixas; Definir, nos instrumentos de planejamento (principalmente o PDDU, Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano), altura e afastamento de edificações, adequados à manutenção da ventilação natural, evitando-se a formação de ilhas de calor; Garantir, nos instrumentos de planejamento (principalmente o PDDU), que as áreas verdes da cidade sejam preservadas e consideradas como non edificandi, ou seja, áreas onde não podem haver construções. No quesito mobilidade, o arquiteto e urbanista destaca ainda que há opções mais indicadas que o BRT, "hoje em dia considerado um modal de transporte que demanda grandes áreas para implantação e vias expressas que seccionam o território urbano". LEIA MAIS Salvador do futuro: aumento do nível do mar pode causar desaparecimento de pontos importantes da cidade Onde tem áreas verdes em Salvador? Confira 6 locais para aproveitar a natureza na cidade Bahia reduz desmatamento de mata atlântica em 43% em 2023; veja onde encontrar o bioma em Salvador "Os modais menos agressivos às áreas verdes são, sem dúvida, os meios de transporte sobre trilhos, como o VLT, que permite inclusive compartilhamento do espaço urbano, bem como o metrô, que, por sua vez, pode ser implantado em trechos subterrâneos, o que reduz significativamente o impacto nas áreas verdes", avalia. A capital baiana ainda não tem VLT. A obra, que provocou a desativação dos trens do Subúrbio há três anos, ainda não saiu do papel. Já o metrô tem a maioria de suas 21 estações no nível da rua — a única estação subterrânea é a Campo da Pólvora, na linha 1. Efeitos climáticos O cenário preocupa especialmente por conta do contexto de mudanças climáticas. Como o professor esclarece, a tendência é de cada vez mais chuvas torrenciais — "extremamente fortes, com muita pluviosidade" —, e o deflorestamento da cidade é um agravante. A consequência já é vivenciada por soteropolitanos. Dias de fortes chuvas culminam em ruas alagadas, deslizamentos de terra e risco à vida e moradia dos cidadãos. LEIA TAMBÉM Chuva em Salvador causa mais de 100 deslizamentos, alaga túnel e deixa milhares de alunos sem aula Moradores de cidades com clima árido na BA relatam dificuldades na criação de animais e consumo de água: 'produção não deu para nada' "É um ciclo vicioso. Você deixa a cidade mais exposta aos efeitos das mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, quando você retira a vegetação, você contribui para ampliar essas mudanças", destaca o professor Antonio Lobo. O ambientalista detalhou o ciclo de problemas durante a entrevista. Confira os cenários abaixo ⬇️ COM VEGETAÇÃO 🌳 O verde protege o solo, já que as árvores retiram gases poluentes que geram o efeito estufa, que, por consequência, gera o aquecimento global da atmosfera. Em contrapartida, as árvores liberam oxigênio puro, "de altíssima qualidade" para todo o ambiente. SEM VEGETAÇÃO 🍃 Quando o verde é retirado, o solo fica mais exposto. Se pavimentado, esse solo ganha também uma tonalidade escura que tende a absorver mais calor, refletindo menos os raios solares. Isso impacta o microclima do local, fazendo com que o ambiente fique mais quente. ⛈️ A supressão da vegetação também deixa o ambiente mais seco, já que as árvores retêm umidade. O solo, então, é mais atingido por chuvas torrenciais. "Ou seja, a gente perde qualidade de vida, o ambiente perde qualidade ambiental e nós, a cidade, ficamos expostos aos riscos oriundos das mudanças climáticas". O que o poder público faz para preservar o bioma? O g1 procurou o governo da Bahia e a Prefeitura de Salvador para apurar como os gestores têm atuado na preservação do bioma de Mata Atlântica da cidade. A Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal de Salvador (Secis) defende que mais de 110 mil árvores foram plantadas na cidade nos últimos 11 anos e afirma que promoveu requalificações de áreas verdes, delimitando 41 parques e criando 16 novos equipamentos. Ao falar especificamente do BRT, a pasta ressalta que os ônibus são 100% elétricos, o que contribui para a redução das emissões de CO2. Linha 2 do BRT é inaugurada em Salvador; trecho liga Parque da Cidade à Estação da Lapa "A sustentabilidade também se faz presente na infraestrutura do modal, com teto verde na estação do Parque da Cidade e o plantio de mais de 10 mil mudas de árvores nativas da Mata Atlântica ao redor do BRT. A ampliação das ciclovias, que se estendem por todo o trecho do modal, e a atualização da rede de macro e microdrenagem, eliminando alagamentos em áreas importantes da cidade, são outros aspectos que evidenciam o compromisso de Salvador com a mobilidade sustentável e a adaptação às mudanças climáticas", completa a Secis. Já a Secretaria do Meio Ambiente do Estado (Sema) não respondeu os questionamentos até a publicação desta matéria. Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻

FONTE: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2024/06/05/salvador-perde-areas-verdes-meio-ambiente.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

No momento todos os nossos apresentadores estão offline, tente novamente mais tarde, obrigado!

Top 10

top1
1. Deus Proverá

Gabriela Gomes

top2
2. Algo Novo

Kemuel, Lukas Agustinho

top3
3. Aquieta Minh'alma

Ministério Zoe

top4
4. A Casa É Sua

Casa Worship

top5
5. Ninguém explica Deus

Preto No Branco

top6
6. Deus de Promessas

Davi Sacer

top7
7. Caminho no Deserto

Soraya Moraes

top8
8.

Midian Lima

top9
9. Lugar Secreto

Gabriela Rocha

top10
10. A Vitória Chegou

Aurelina Dourado


Anunciantes